Quando dizemos que nada há aí, já se nos abriu uma perspectiva de mundo. Nada, ainda; por enquanto. Há mundo que já-aí virá a preencher essa ausência com alguma presença possível.
Mas, o que é mundo? Há três possibilidades de se dizer mundo.
- o campo das relações próprias de cada um de nós com o já-aí (mundo porvir)
- o meio ambiente e circundante das relações entre nós com tudo mais (mundo posto)
- o conjunto de relações horizontais entre algo e acontecimento (mundano)
É desse enredamento relacional que se pode afirmar que mundo seja síntese de todos os horizontes ou campo genético, normatizante e normalizante de significados. Ou o conjunto de significados articulado pela vivência de sentidos que sempre são históricos e sociais.
Ou solo do qual somos constitutivamente estrangeiros; o deserto que somos convocados a atravessar. Este deserto nos é familiar, nos é tão próximo que é a nossa pele. Ou então, um abismo se abre aí sob nossos pés como desterrritorialização, sempre já se reterritorializar eis que, sendo o abismo sentido da vertigem, é constitutiva numa aversão às ambiguidades e incertezas no nada que é este salto a nenhures.
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