Ethos é caráter, costume e moradia. Na ética, um modo de ser de alguém como o abrigo da sua humanidade em si, com que toca, afeta outrem (pathos) na conjugação do verbo (logos). Na ontologia, ethos se refere à presença dando-lhe consistência ao seu modo de ser, o que é imediatamente afeta (pathos), vez que já seja coexistência necessária no mundo. As linguagens tornam mundo um comum-pertencer; é linguagem a mesmidade entre pensar e ser. Sem o logos, coexistência seria uma homeostase caótica, já que institui a distinção imaginária entre permanência e performance no existir. Ethos e Pathos estabelecem uma relação biunívoca no logos.
No logos, há possibilia e sensibilia – possibilidades e sensibilidades virtuais, mas existentes para além dos sujeitos e objetos, não somente no reino das deduções e induções (alética), mas também no devir de si-mesmo no reino das sensações e sensos (hilética). Para o devir, lançaram-se Deleuze e Guattari no ensaio Percepto, Afecto e Conceito. Para eles, conceituar é bordejar entrelaçamentos binários. Partindo da estética, vez que lide com a mais transitória das vivências – as sensoriais, nela melhor se demonstra as materialidades do devir:
O ser da sensação, o bloco do percepto e do afecto, aparecerá como a unidade ou a reversibilidade daquele que sente e do sentido, seu íntimo entrelaçamento, como mãos que se apertam. (...) Não é esta a definição do percepto em pessoa: tornar sensíveis as forças insensíveis que povoam o mundo e que nos afetam, nos fazem devir?
No plano das forças para o devir no ser da sensação, realidade entre possibilia no reino da lógica e a possibilidade no reino dos fatos.
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