quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Liberdade de manifestação e a moral da estória

O Papa Francisco andou fazendo críticas ao capitalismo no seu aspecto mais global: o consumismo.  

Mas hoje lembrei-me de um comentário de seu prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Gehard Ludwig Müller: por trás das perversidades em uma estrutura, há sempre pecados pessoais.

Quem já não se disse sem pudor e até com um certo orgulho, alguma vez, guloso, ou preguiçoso, ou irascível, ou luxurioso?  Mas nunca vi alguém assumir fácil assim que morre de avareza, soberba e inveja.  São esses os pecados que se irmanam pela dissimulação.  São esses então que requerem nossa especial atenção conosco mesmos.

Há quem anda dizendo que o tal do rolezinho põe em xeque um código oculto dos shopping centers de luxo, em que pobre e preto só tem lugar como faxineiro, segurança e manobrista.  É liberdade de manifestação e afirmação de uma identidade racial e social emergente.

Pode até ser, mas quem não consegue distinguir a diferença entre um espaço público e um espaço privado aberto ao público, se esquece que rolezinhos, ao afugentarem consumidores de seus templos, botam em xeque os empregos de faxineiros, seguranças e manobristas.  Gente humilde, sem cor predefinida, sobretudo ocupada em levar para suas famílias o pão com o suor de seus rostos e honradez, cuja dignidade conta com a proteção das nossas leis trabalhistas.  

Cuidado:  todo discurso tem uma estrutura de linguagem! Essa indistinção marota pode ser sinal de morte por inveja... ou burrice que nos emparelha com o que há de mais tosco no pensamento de Hugo "por que não te calas" Chávez.

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