Não
é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos
príncipes o desejar bebida forte;
Para que bebendo, se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.
Para que bebendo, se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.
Dai
bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito;
para
que bebam e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lebrem mais.
Abre
a tua boca a favor do mudo, pela causa de todos que são designados à destruição.
Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.
Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.
Provérbios 31:4-9
O Carnaval nos convida a pensar sobre os riscos de um pensamento que decomponha a pessoa e oponha o espírito ao corpo; a cultura à compreensão imediata da alteridade. Pois, perigamos esvaziar a poesia da verdade. E por riso, enunciar uma condenação.
É claro o carnaval não deve ser
desculpa para o cultivo da intemperança. Mas, tampouco há boa teologia ao
se condenar foliões por serem foliões.
Entre o carnaval e o Cristo há uma
relação rica. O carnaval é uma festa em que o nosso olhar se defronta com
a marginalidade, o travestimento e a transgressão. Mas, de certo modo,
Cristo já em seu nascimento, indicou que o nosso olhar a isso se volte.
Ao ser o Filho do Pai de todos, de certo modo, é um bastardo. A
crucificação, pena infamante, é o sinal confirmador que nosso olhar precisa se
sustentar à face do bastardo, do transgressor, do marginal, do travesti.
Há, nesse olhar, quando carregado de benevolência e bonomia, a
possibilidade de redenção.
Minha embaixada chegou
Deixa meu povo passar
Meu povo pede licença
Pra na batucada desacatar
Deixa meu povo passar
Meu povo pede licença
Pra na batucada desacatar
Vem vadiar no meu cordão
Cai na folia meu amor
Vem esquecer tua tristeza
Mentindo à natureza
Sorrindo à tua dor
Cai na folia meu amor
Vem esquecer tua tristeza
Mentindo à natureza
Sorrindo à tua dor
Afinal, escreveu São Paulo na
epístola aos Colossenses:
Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de
filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque Nele habita corporalmente toda
a plenitude da divindade;
Também ele escreveu:
Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos
dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas
futuras, mas o corpo é de Cristo.
E arremata, definitivo:
Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto
dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua
carnal compreensão.
Um carnaval bom para todos !
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