sexta-feira, 7 de março de 2014

Amor: Missão e Submissão


Há dois versículos da Carta de São Paulo aos Colossenses que dão panos para manga:



"Vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor.  Vós, maridos, amai vossas mulheres e não as trateis asperamente".



Um olhar político que examina a sociedade de hoje à partir da sociedade hebraica da época como arcaica irá denunciar os resquícios patriarcais que a expressão remete.  Mas, se o olhar se detém aí, perde o que há de salvífico e poético no que São Paulo expressa do amor.

Outro dia, estava lendo uma passagem de Isaías (55:10-11) e notei uma correlação possível entre ambos os textos:

"Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para eles sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer para ela produzir semente para o semeador e pão para quem come;
"Assim é com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia; mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei."

O patriarcalismo é história.  Passa.  Mas, a fertilidade da terra que se submete à chuva mansa do céu é sustentabilidade para a vida.

Quem é amada já se faz amável para quem ama.  

E se o amor não conta, para que e a quem servem intermináveis ajustes de conta conjugais?  

Dignidade sempre.  E é tempo de quaresma.  Também, tempo de perdão e reconciliação. 


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