Há dois versículos da Carta de São Paulo aos Colossenses que dão panos para manga:
"Vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor. Vós, maridos, amai vossas mulheres e não as trateis asperamente".
Um olhar político que examina a sociedade de hoje à partir da sociedade hebraica da época como arcaica irá denunciar os resquícios patriarcais que a expressão remete. Mas, se o olhar se detém aí, perde o que há de salvífico e poético no que São Paulo expressa do amor.
Outro dia, estava lendo uma passagem de Isaías (55:10-11) e notei uma correlação possível entre ambos os textos:
"Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para eles sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer para ela produzir semente para o semeador e pão para quem come;
"Assim é com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia; mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei."
O patriarcalismo é história. Passa. Mas, a fertilidade da terra que se submete à chuva mansa do céu é sustentabilidade para a vida.
Quem é amada já se faz amável para quem ama.
E se o amor não conta, para que e a quem servem intermináveis ajustes de conta conjugais?
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