domingo, 8 de dezembro de 2013

O caos e o começo

O caos é a existência indiferente e indistinta,  o acontecimento sem nenhum sentido, a queda no abismo sem fundo entre o antes e o depois.  A falência do instante já para diante de todas impensáveis possibilidades de existir e não existir.  

No início, porém há uma iniciação.  Nessa iniciação, o princípio se revela já como um sentido possível.  Ele já é um salto entre o antes e o depois.  Puro  ato.   O próprio instante já para diante como realização que só alcança plenitude de seu sentido no fim.

Mas, o princípio não já pode ser uma iniciação qualquer, senão eterno retorno.  Já há um conseguimento.    E este conseguimento é uma recusa ao caos: o princípio não pode tender à totalidade, à neutralidade e à temporalidade sem que oculte, mais do que mostre,  o mal.  O princípio, para ser bom, guarda a esperança e o amor até o fim, em que pese o que venha a ser até aí.

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