sábado, 14 de dezembro de 2013

Quando um homem se torna pai



Nenhuma palavra consola necessariamente quem está sofrendo. Nem por isso o Verbo está ausente, pois se condensa numa promessa de dias melhores. A sua condensação, quando consumada, já é encarnação e aí há a oportunidade do Verbo se mostrar mais do que uma verdade: já vem a ser primeiro bondade.

No sofrimento, o face a face é o próprio Verbo na comunhão de quem sofre e quem dele se compadece. Foi para essa revelação como idéia perfeita de si, que o Verbo, num dia como hoje, se fez carne e habitou entre nós. Desde que o Verbo, muito tempo antes, dissera "Saia da casa dos seus pais", Ele já se revelava como pessoa que nos chama por nosso nome. Todos a que o Verbo convocara, responderam. Mas, as respostas sempre tiveram um porém... um medo, uma fuga ou erro, uma fraqueza, uma dúvida... Em todo caso, essas respostas gestaram uma perfeição até que ela foi conseguida, quando uma moça aceitou sem qualquer reserva o acolher em seu ventre como seu Filho.

Bendito seja o fruto do seu ventre, Maria. Pois num dia como hoje, quando a morte rondava as casas da cidade, um homem bom e silencioso salvou a vida de seu Filho e assim se tornou pai. 

Se a própria civilização pode promover a matança dos inocentes, a família se constitui no gozo e na graça do Verbo. E se sagra como esperança de vida e eternidade.




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