quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

O tempo no mistério da Imaculada Conceição

Hoje é o dia consagrado à contemplação do dogma da Imaculada Conceição.

O dogma só foi marcado com a infabilidade papal em 1854, o que demonstra o grau de dificuldade em compreender o seu mistério.
Tem um aspecto do dogma que me impressiona: a questão temporal. Se Maria já estaria predestinada ao seu papel na salvação a ponto do Anjo saudá-la como plena de graça, porque o seu "sim" seria tão importante? Uma vez que Deus já "sabia", como então situar o livre arbítrio, com o qual o "sim" dá sabor à narrativa? Seria Maria uma marionete de Deus?
Essas perguntas só fazem sentido, se pressupormos o tempo diacrônico, ou seja, há um antes, então um agora e aí, um depois. Mas Deus, sendo a ideia de Absoluto revelada em 3 Pessoas, é pura sincronia. No "sim" de Maria, como no pecado original de Eva, a coautoria humana na sua própria existência em diálogo com Deus.
Como propunha Santo Anselmo já há um milênio. Deus é a grandeza maior que os homens são capazes de significar. Essa grandeza, além de um "já-aí" infinito neutro e indiferente, é puro ato - o que se revela como Pessoa. E para que pudéssemos compreender a salvação, desde o início dos tempos, Ele é 3 Pessoas: O Pai criador, o Filho redentor e o Espírito Santo, que é o amor.



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