sexta-feira, 28 de maio de 2021

Pensando & Conhecendo XXVIII

O início de pensamento é o espanto, o assombro, o abismo, mas não a crença.  Explicar já não é pensar.  É raciocinar, o que sempre é reflexivo; não é inflexivo como o pensamento de onde emerge uma crença já como linguagem.  Criar linguagem faz parte da atividade filosófica, um desdobrar em pensamento.  A estranheza não se confunde com invalidade veritística.  A lógica contemporãnea é capaz de lidar até mesmo com a esquizoanálise de Deleuze.  Bastante entender que se trata de proposições antifundacionistas, o que o coloca dentre pensadores coerentistas.  A discussão entre coerentistas e fundacionistas rebate até hoje na regressão ao inifinito exposta por Blaise Bascal ainda no XVII.

Se não acompanhamos um texto escrito por alguém não o faz necessariamente obscuro, é preciso primeiro distinguir se ele apresenta algum fundamento, ou se não, alguma coerência. Quando se está criando linguagem, isto leva tempo e requer paciência do leitor. Pois a medida do pensamento não é dada pela nossa capacidade de acompanhar a linguagem emergente por quem está pensando.



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