O início de pensamento é o espanto, o assombro, o abismo, mas não a crença. Explicar já não é pensar. É raciocinar, o que sempre é reflexivo; não é inflexivo como o pensamento de onde emerge uma crença já como linguagem. Criar linguagem faz parte da atividade filosófica, um desdobrar em pensamento. A estranheza não se confunde com invalidade veritística. A lógica contemporãnea é capaz de lidar até mesmo com a esquizoanálise de Deleuze. Bastante entender que se trata de proposições antifundacionistas, o que o coloca dentre pensadores coerentistas. A discussão entre coerentistas e fundacionistas rebate até hoje na regressão ao inifinito exposta por Blaise Bascal ainda no XVII.
Se não acompanhamos um texto escrito por alguém não o faz necessariamente obscuro, é preciso primeiro distinguir se ele apresenta algum fundamento, ou se não, alguma coerência. Quando se está criando linguagem, isto leva tempo e requer paciência do leitor. Pois a medida do pensamento não é dada pela nossa capacidade de acompanhar a linguagem emergente por quem está pensando.
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