sexta-feira, 14 de maio de 2021

Pensando & Conhecendo XXVII

 Para a lógica, doxa é crença.  A crença é o  limiar entre a   lógica e o fenômeno, na qual uma estrutura inconsciente lhe dá forma inflexiva (dimensão ontológica). A crença se mostra em linguagem, ou seja, ela emerge do inconsciente para a consciência em flexão linguística, no mais das vezes, declarativa: algo é; algo vale (dimensão ôntica). A flexão é o que correlaciona crença e conhecimento, vez que a cogitação seja sempre reflexiva de si para si diante de algo que seja ou valha. Da reflexão, a representação do acontecimento originário da crença num fato: alguém crê de algum modo em algo.   Então, um terceiro caráter diferencial entre  a crença e o conhecimento: a faticidade. A crença é relacional; o conhecimento é factual. Em suma, diferentemente do agente doxástico, o agente epistêmico lida com a derivação, reflexividade e faticidade. O agente doxástico lida com o acontecimento, a inflexão e a relação. Esses agenciamentos não se manifestam um sem o outro; da interatividade deles, emerge as imbricadas correlações entre opinar e saber.



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