Decadência não necessariamente diz de corrupção. Diz mais do tempo para que mais do mesmo pensamento exponha os limites de sua realização. Desse tempo de decadência para descoberta dos limites, a degeneração para o pensamento de uma época.
A decadência de um mito diz tanto de sua passagem quanto de sua permanência. Gary Shore se propôs a recontar mais uma vez a estória de Drácula. Nada menos do que uma remissão ao Sétimo Selo - película que entra fácil numa lista de filmes inesquecíveis. No Drácula, como no xadrez, há um diálogo entre o guerreiro e a morte em que ela nunca perde, mas ao guerreiro jogar, ganha a imortalidade num trânsito para o imaginário.
A decadência de um mito diz tanto de sua passagem quanto de sua permanência. Gary Shore se propôs a recontar mais uma vez a estória de Drácula. Nada menos do que uma remissão ao Sétimo Selo - película que entra fácil numa lista de filmes inesquecíveis. No Drácula, como no xadrez, há um diálogo entre o guerreiro e a morte em que ela nunca perde, mas ao guerreiro jogar, ganha a imortalidade num trânsito para o imaginário.
O filme de Gary Shore mostra a decadência do mito desde o livro de Bram Stoker. Pode-se dizer que o cruzado moderno não se eterniza por Deus, pela pátria ou alguma utopia no jogo com a morte, mas por amor. E na decadência do amor, no trânsito das banalidades cartoriais que se diz liberdade civil, então Drácula desloca o seu foco para o que era impensável no romance original: a sacralização do filho em idade escolar. Aí, o xadrez radical entre o guerreiro e a morte aparece normalizado na disposição de vôo à jugular de outrem. Que o digam os professores depois de mais uma reunião de pais. Mais ou menos o que acontece no mês de aniversário dos Supermercados Guanabara.
E talvez Dracula tenha escolhido então uma maneira eloquente de contar a sua degeneração: na ética e na estética, ele se tornou um mutante X Men!
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