compliance é um modo de agregação da integridade moral (1) e conformidade legal (2) na gestão qualificada de alguma organização. Não é qualquer gestão, mas aquela pautada nos riscos e com foco na responsabilidade da governança. Isso atende pelo acrônimo GRC. Faço alusão ao compliance recorrendo aos vocábulos integridade e conformidade em vista da Sociedade Democrática (1) ou o Estado de Direito (2). Mais do que simplesmente identificar stakeholders, trata-se de encontrar o lugar da subjetividade no meio de tanta positividade normativa em produção descrevendo e prescrevendo múltiplas variações objetivas das condutas. Sem este encontro, o compliance, ou se torna um farisaismo laico, ou se torna patológica de transtornos psíquicos em escala epidêmica, vez que parecem esquecidas as lições de Kierkegaard sobre a angústia e a moralidade.
A cisão conceitual em integridade e conformidade faz aparecer em termos metodológicos algo como as duas faces de Janos. Uma de trás, a conformidade legal, que aqui vou nomear como coisa em si. E outra para frente, a coisa para si, a integridade moral. A cisão remete as pessoas inseridas numa organização em compliance à pergunta existencial: “o que doravante fará com você mesmo de tudo que já foi feito até agora?”. Esta pergunta jamais poderá ser feita num ambiente transparente ou expressando preocupações reputacionais da organização, ou a resposta perderá autenticidade. Em que pese tais ressalvas, é uma pergunta eminentemente ética e a resposta é produção subjetiva, na medida em que convoca o pensamento de si-mesmo (self) como outro.
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