quarta-feira, 14 de abril de 2021

Pensando & Conhecendo XXV

 O Século XX selou o fim da modernidade?  Para responder esta pergunta de algum jeito, é preciso notar e correlacionar diferenças entre as propriedades do saber do sec. XIX e no XXI.  Solidez e líquidez perfazem uma alusão bem conhecida de notas e correlações dos saberes moderno e contemporâneo.   O que era sólido no sec. XIX, agora já está liquidado; só permanece de lá para cá aspirada uma ousadia em saber.  Na solidez, as condições para saber algo eram dadas através de categorias e experiências sensíveis; na liquidez, um conceito pressupõe as mesmas condições autônomas para saber (categorização e sensibilidade), mas elas não são dadas para uma síntese; são as sínteses instituídas em linguagem – o saber não se dá; ele se institui. Então, universal que o saber se venha, mas não chegará a ser universal o que vier a se saber.  Pelo menos, em termos históricos e sociais. 

O conhecimento não é definido pela realidade, mas realidade se diz das condições de um conhecimento possível: o que seja real realiza-se; a realidade é movente, mas nem por isso deixa de ser cogente.  O saber é constitutivamente elementar e relacional (por exemplo, identidade e diferença) numa experiência necessariamente possível de saber.  Conhecimento então é reflexão desenvolvida em análise sequencial nas experiências factuais e ativas, mas as asserções dela em linguagem não prescindem das interações associativas e diacríticas próprias na percepção de sintomas, pois elas próprias também são experiências.  





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