Há uns 20 anos atrás, após me recuperar de aguda crise pulmonar provocada por uma catapora tardia, voltei a nadar. No primeiro dia, completei 400m e quase precisei de um balão de oxigênio. Passado um ano, nadava diariamente 6km. Foi quando recebi convite para integrar o quadro de atletas do America F.C. Transbordei de contentamento. Voltei a ser atleta de carteirinha aos 30 anos! Depois de uma década de tabagismo e sedentarismo, sentia como que fazendo algo impossível.
Comecei a competir em travessias de águas abertas num circuito fluminense e finalmente logrei uma honrosa medalha de bronze. Lá fui eu todo satisfeito ao pódio, normalmente ocupado por nadadores dos grandes clubes cariocas. O locutor, ao me anunciar, registrou o feito inédito de um atleta do America subir ao pódio naquela modalidade esportiva e... num gesto de carinho nostálgico que todo carioca sente pelo Mequinha, fez tocar o seu hino. Dera eu uma modesta contribuição para essa homenagem pública ao tradicional clube da Tijuca. Modesta, mas nem por isso pequena em emoção.
Lembrei-me dessa sincera alegria, quando ontem recebi da AIDC a notícia de que ela fora premiada por sua trajetória docente e de investigação do Direito Cooperativo. Em 12 anos, tive a honra de ver publicados 9 artigos ou ensaios pela AIDC. Nenhum interesse outro existiu que não deixar registrado o ciclo pessoal de investigações filosóficas que empreendi ao longo desses anos em que parti da fenomenologia transcendental até cometer textos esquizo-analíticos. Somente na AIDC me senti em casa para ver publicados meus textos marginais; aqueles que escrevi movido pela mais genuína curiosidade sobre quão longe poderia ir nas peripécias e vicissitudes do pensamento.
Sei o quão modesta é a minha contribuição, mas não é pequena em emoção. E ousadia.
Parabéns a todos os pesquisadores e amigos que fazem parte da Associação Internacional de Direito Cooperativo. Gratidão à Universidade de Deusto por sediar a AIDC e acolher essa paixão pela cooperação.
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