terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Homenagem à Associação Internacional de Direito Cooperativo


Há uns 20 anos atrás, após me recuperar de aguda crise pulmonar provocada por uma catapora tardia, voltei a nadar.  No primeiro dia, completei 400m e quase precisei de um balão de oxigênio.  Passado um ano, nadava diariamente 6km.  Foi quando recebi convite para integrar o quadro de atletas do America F.C.  Transbordei de contentamento.  Voltei a ser atleta de carteirinha aos 30 anos!  Depois de uma década de tabagismo e sedentarismo, sentia como que fazendo algo impossível.  

Comecei a competir em travessias de águas abertas num circuito fluminense e finalmente logrei uma honrosa medalha de bronze.  Lá fui eu todo satisfeito ao pódio, normalmente ocupado por nadadores dos grandes clubes cariocas.  O locutor, ao me anunciar, registrou o feito inédito de um atleta do America subir ao pódio naquela modalidade esportiva e... num gesto de carinho nostálgico que todo carioca sente pelo Mequinha, fez tocar o seu hino.  Dera eu uma modesta contribuição para essa homenagem pública ao tradicional clube da Tijuca.  Modesta, mas nem por isso pequena em emoção.  

Lembrei-me dessa sincera alegria, quando ontem recebi da AIDC a notícia de que ela fora premiada por sua trajetória docente e de investigação do Direito Cooperativo.  Em 12 anos, tive a honra de ver publicados 9 artigos ou ensaios pela AIDC.   Nenhum interesse outro existiu que não deixar registrado o ciclo pessoal de investigações filosóficas que empreendi ao longo desses anos em que parti da fenomenologia transcendental até cometer textos esquizo-analíticos.  Somente na AIDC me senti em casa para ver publicados meus textos marginais; aqueles que escrevi movido pela mais genuína curiosidade sobre quão longe poderia ir nas peripécias e vicissitudes do pensamento.  

Sei o quão modesta é a minha contribuição, mas não é pequena em emoção.  E ousadia.

Parabéns a todos os pesquisadores e amigos que fazem parte da Associação Internacional de Direito Cooperativo.  Gratidão à Universidade de Deusto por sediar a AIDC e acolher essa paixão pela cooperação.