(Fala de abertura do painel que mediei.)
Boa
tarde! Chamo-me Guilherme Krueger e sou
um antigo aluno desta Faculdade. Em nome
do Presidente de nossa associação, meu querido amigo Paulo Horn, contemporâneo
de movimento estudantil, com quem tive a honra de ser diretor no CACO, saúdo a
todos os presentes. E porque o CACO
integra a minha biografia, eu peço licença para cumprimentar os alunos desta
Casa nas pessoas do atuais diretores do Centro Acadêmica. Saúdo o Diretor Flavio e dirijo essa saudação também aos professores e funcionários da Faculdade.
Por fim, cumprimento meus amigos desta mesa, Renato, Jorge e Abraham,
agradecendo-lhes sinceramente a resposta presente ao chamado para esta nossa
conversa aqui.
Peço que atentem que a termo chave para esta mesa
é “em face de”, se considerarmos em cotejo o termo chave da mesa seguinte:
“mecanismos”. A mesa que nos seguirá tem
um objeto claro: a faticidade das
políticas públicas de contenção e repressão à intolerância religiosa. Mas, esta mesa aqui tem clara uma relação pessoal,
um face-a-face: a possibilidade de coexistência dos símbolos, das narrativas,
das linguagens e dos fundamentos religiosos no espaço público. Será que a afirmação do Estado Democrático de
Direito passará sempre pela retração da
vivência religiosa à vida privada? O
espaço democrático exclui o espaço teocrático?
Essas perguntas remetem ao imaginário de terror evocado em Paris pelo Estado
Islâmico. Evidência de uma obviedade que
pode ser posta em perspectiva se eu convidar a todos para pensarem um pouco na
experiência contemporânea da cidade de Roma.
Roma não é somente a capital do Estado italiano, mas, em seu seio acolhe, nada menos do que um outro Estado - o Estado do Vaticano. E não é outro Estado democrático. Sim, um Estado teocrático. E
Roma, tal como ela é, contradiz a evidência de necessidade potente de
conflagração e opressão na inarredável presença não só ostensiva, mas
institucional da religião no espaço da cidadania por excelência: a cidade. A cidade de Roma hoje retoma uma antiga expressão e o
relança com um novo significado: a pax romana.
Eu já me alonguei bastante nessa introdução e deixo a palavra ao meu
amigo Renato, porque sei que ele acabou de voltar de lá. Renato...
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